segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Sobre "Azul Y No Tan Rosa"

Meus amigos me pegaram de surpresa e praticamente me jogaram dentro de uma sala de cinema cult para ver esse filme venezuelano, lançado no final de 2012.

Imediatamente, me envolvi com Diego (Guillermo García), um jovem fotógrafo, que conhece Fabrizio (Sócrates Serrano), seu grande amor, numa noitada em Caracas, um pouco antes de ter que receber Armando (Ignacio Montes), seu filho de 15 anos, vindo de Madrid, que passaria uma temporada com ele, enquanto sua mãe fazia um doutorado em Londres. 

Com alguns elementos previsíveis, o filme encanta pela doçura que leva uma história de drama e mexe com muitos medos que homossexuais enfrentam hoje. 

De um lado, a aceitação familiar de Diego por ser gay, seguido da relação conturbada com seu filho heterossexual que está descobrindo as maravilhas e lamúrias do amor. Ainda existe uma pincelada de drama pessoal, já que o filho também não sabia que o pai era homossexual. 

A diversidade de relacionamentos, retratada pelos pais de Diego, um casal de meia-idade que usam a discussão como forma de passar o tempo, em frente a programas populistas de TV. 

O alívio cômico, trazido pela maravilhosa personagem Delírio (Hilda Abrahamz) uma transexual que canta na mesma boite que Diego conhece Fabrizio. Delírio lembra muito Amparo, de Almodovar, em Tudo Sobre Minha Mãe, mas se diferencia pela altivez e classe, além de um par de colhões (no sentido figurado, é claro) que vem bem a calhar em certos momentos da história. 

A pedra filosofal da obra está em um grupo de rapazes que gostam de espancar gays na porta da boite. Esse é um dos vários medos e receios que gays tem, hoje em dia. E o filme se mostra realista e, de certa forma, brutal quando desenha esse cenário. 

Para evitar spoilers, eu apenas recomendo: assistam. Com o título de "My Straight Son", o filme foi ganhador de melhor filme íbero-americano no festival Goya, na Espanha e merece aplausos pela realização e qualidade de som e imagem. 

Azul Y No Tan Rosa, 2012, Venezuela, 114 min.

4 comentários:

  1. Baixando em 3, 2, 1...
    Poxa, que dica interessante... sua descrição só contribuiu para aumentar a curiosidade por ver o filme. Já vou procurá-lo.

    Abração e grande semana! :)

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  2. é impressão minha ou este mote de "sou gay e tenho um filho" tem sido muito mais abordada do que "os pais aceitam ou não" de antes?

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  3. Depois de ler esta sinopse fiquei aguçado para conhecer a obra ... correndo atrás ...

    Beijo grande

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