Desde que mudei de minha cidade natal para São Paulo, tento me manter presente na vida dos que deixei em Salvador. No início, era mais difícil. Hoje, com tantas ferramentas que temos à nossa disposição, essa comunicação facilitou. Tenho contato diário com pessoas que, antes, falaria por telefone a cada 15 dias.
Mesmo naquela época, no entanto, eu tinha problemas em sentir saudades. Tirando algumas vezes que me apaixonei, a saudade nunca foi exatamente um sentimento que permeou minha vida. Sinto falta de algumas pessoas e gostaria que elas estivessem mais presentes no meu dia-a-dia. Mas saudade, propriamente dita, foram poucas as vezes.
Já senti saudade, de não sair da cama. Chorar da hora que acordei até a hora que fui dormir.
Já senti saudade, de não comer. Sentir meu estômago se consumir em si mesmo, sem a mínima vontade de colocar um alimento sequer em minha boca.
Já senti saudade, de não falar. Passar dias e dias em silêncio, ouvindo apenas o som da minha respiração.
Já senti saudade, de ouvir apenas uma única música. Colocar na repetição e ouvir, ouvir, ouvir, ouvir, ouvir da alvorada ao crepúsculo.
Mas foram poucas as vezes. Me permiti fazer isso porque queria sentir essa saudade em toda sua completude. Sair do poço usando a mola que tem lá embaixo. Ressurgir revigorado, com as energias restabelecidas pelo período de reclusão.
Acho que essa é uma das minhas características mais marcantes. Sou uma pessoa que reclama de tudo que incomoda. Mais de uma vez. Até o momento que paro de reclamar, porque paro de me importar.
É nesse momento que vou pro meu casulo. É no casulo que tomo minhas decisões. É no casulo que paro para pensar um pouco nas coisas, já que, sendo um ser de água, sou impulsivo por natureza. É nesse momento, que as pessoas mais próximas se preocupam, porque sabem que mudanças surgirão. Sabem que a substituição do sorriso largo pelo cenho franzido tem grandes proporções.
É, assim, eu acabo me expondo um pouco mais para quem gosta de ler um pouco dO Menino.
Obrigado, de novo, por me visitarem.
P.S.: eu utilizo a opção "seguir comentários". Depois, vou responder os comentários dos últimos posts para todos os amigos e parceiros de blog. Beijo para quem é de beijo. Abraço para quem é de abraço.
Acho que isso é o que chamam de recuar para "atacar"... eu tenho uma tendência a ir lutando, me debatendo, com as situações, faço tudo o que posso... mas vai ter um dia que eu vou dizer que é o suficiente, e desde dia em diante eu também não me importo mais... Muitas vezes as pessoas estranham isso... ou acham até radical.
ResponderExcluirVia de regra eu tenho um tipo de saudade estranha, ultimamente eu tenho "saudade" das coisas que ainda não vivi, das coisas que gostaria de viver....
Sua última frase me lembrou um amigo blogueiro que não tenho notícias a muito tempo... ele que gostava de se despedir com esse "beijo para quem é de beijo...". Espero que ele esteja bem... (acho que deu saudade!) ;-)
Abração e grande semana para você!
olha, eu já senti muita saudade, mas nada parecido com isso que você descreveu. Será que não foi saudade?
ResponderExcluirquerido, neste sentido temos muito em comum ... já fui um cara de sofrer muito com a tal saudade e a simples possibilidade de senti-la me travou na vida e me impediu de vivê-la plenamente ... felizmente a maturidade me ensinou algumas coisas ... hoje a saudade é algo bom e saudável e ela me impele a viver a vida plena e abundantemente ...
ResponderExcluirBeijo grande ...
ps: seu coment por lá me emocionou viu? q bom tê-lo feito bem ...
que texto! que texto! poucas vezes vi falarem de saudade como vocÊ falor, saudade de nao sair da cama, esta eu já senti muitas vezes, mas sempre sai da cama! realmente as ferramentas modernas ajudam em algumas saudades, mas a do amor não!
ResponderExcluirSaudade é sempre um sentimento muito difícil de lidar porque, algumas vezes, nem um ligação é suficiente e estar perto da pessoa é impossível. Mas continuamos a viver.
ResponderExcluirÉ sempre bom conhecer mais sobre os blogueiros... rs
Abraço!