sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sticky and Sweet, o Show


Eram 19h40 do dia 18 de dezembro de 2008 e eu ainda trabalharia até as 22h no plantão em casa, esperando para ser chamado para cobrir a programação de algum colega que poderia faltar. Teria que sair correndo de casa, caso isso acontecesse e eu resolvi arriscar. Liguei para verificar a programação e abri o jogo: "tenho a oportunidade de ir ao Show da Madonna, hoje. Me libera um pouco mais cedo?". E com a resposta positiva do outro lado da linha, tive a certeza de que estava escrito que eu ia pro show da Véia.

As 20h05 eu estava arrumado, com o cabelo desgrenhado propositadamente, suando bicas, dentro de um taxi enfrentando um trânsito mais morno. Nesse horário, nessa época do ano, já não há mais congestionamentos gigantescos na cidade.

Pelo telefone, o Paulo (do Cantinho Escuro) e o ETC (de Salvador) me davam o GPS do show. "Ela ainda não entrou", "vem logo!", "está suepr tranquilo", "tem ingressos pra caramba lá fora", "cambista esta vendendo muito mais barato" foram coisas que me incentivavam a ir. 

O motorista do taxi, seu Pedro, de Salvador, entrava e saia de buracos evitando alguns pontos de trânsito e, manhoso, burlava alguns semáforos, entrando e saindo de ruas desconhecidas. Isso lhe rendeu uma gorjetinha básica de mais de 15% do preço da corrida. Ele agradeceu, disse que não precisava, mas eu insisti. Se fosse um tiozinho lerdo que estivesse dirigindo, eu teria um ataque cardíaco.

Cheguei no Morumbi e, no caminho para a fila, pessoas loucas vendiam ingressos a rodo. Me pediram R$100 reais pela Pista e eu falei que acharia mais barato. Me senti nas Casas Bahia: "quer pagar quanto?". Negociamos e eu paguei $50 reais no ingresso que valia R$250 (depois, fui descobrir que mais próximo da fila, o mesmo ingresso estava sendo vendido a R$30).

Entrei na fila... mais de 500m de fila, que andava aos poucos, mas andava. Lá dentro, ETC me informava que o DJ Oakenfold já tocava. Eu tremia. Não queria perder a entrada do show. Toda aquela pressão, antes da mulher soltar a primeira nota e levar o Morumbi ao delírio.

Na fila, uma primeira impressão: as pessoas não interagiam umas com as outras, mesmo estando no mesmo clima de festa e expectativa. Muito diferente do Carnaval de Salvador, onde desconhecidos trocas apertos de mãos, sorrisos e palavras de alto astral. Alí, sozinho, tentei conversar com meus companheiros de fila, que se resumiram a responder algumas perguntas e voltarem pra seus quadrados.

Mas eu entrei... 1h40 minutos depois de resolver ir ao show consegui encontrar ETC na muvuca. O Paulo estava na Pista VIP e não havia ingressos "pagáveis". Comercializados a R$600 no site, cambistam pediam R$1200, R$2000. Isso mesmo, MIL E DUZENTOS, DOIS MIL REAIS.

As luzes se apagaram, as pessoas enlouqueceram e ela, às 21h55 começou o show. Graças a Deus, com quase 2h de atraso. 

Uma produção espetacular. Tudo pensando minimamente, milimetricamente planejado, minusciosamente organizado, majestosamente dirigido, fortemente controlado, quadrado, preso ao profissionalismo, à necessidade de ser tudo perfeito: e era. Os telões, os vídeos, as performances, as transições, os bailarinos, os cacos, os sorrisos.

Ela nem se preocupava em falar nossa língua, mas era entendida por todos na linguagem universal da música. O show esquentou e ela apresentou músicas do seu novo álbum. 

O show durou duas horas cravadas, com quase 20 músicas no setlist. A maioria, MORNA, mas vo pontuar algumas coisas que me chamaram a atenção.

Em "Human Nature", um video com a Britney Spears ajudou no brilho do show em uma performance dentro de um elevador. Uma versão meio folk da música me embalava numa dança leve quando acordes de 4 Minutes soaram e eu aplaudi. Mas era engano, ela resolveu tocar "Vogue" com uma nova roupagem e coreografia. Muito boa, por sinal, mas ela passou 15 anos sem vir ao Brasil. Nós merecíamos a versão original de Vogue, pelo menos uma estrofe e um refrão. Mesmo assim, aplaudi, dancei e cantei junto.

Depois, ficou morno com as músicas do novo álbum, até me deparar com uma versão ROCK de uma música que não suporto ("Borderline"). Enlouqueci com a nova versão e gritei a letra juntos com os outros fãs que estavam do meu lado. Vou extrair o audio do DVD com essa versão modificada.

Depois, em "She's Not Me", dançarinas com os mais variados figurinos antigos (True Blue, Material Girl, Erotica, Vogue, Human Naturew, Rain e outros) eram descabelados, desarrumados. A maquiagem lembrava os bonecos de cera da Madame Tussauds. E ela negou cada um dos ícones que criou em suas versões anteriores.

"La Isla Bonita" chegou mais rápida, acompanhada de violões espanhóis e violinos numa versão super dançante, com performances maravilhosas dos dançarinos com seus braços enormes, musculosos e definidos.

E ela sentou-se para cantar no modelinho Voz e Violão "You Must Love Me". Linda música, entoada com um sorriso do início ao final. Aclamada pelo público, gritei, aplaudi, pulei e fiz festa junto com o Morumbi.

Em "4 Minutes", mais uma performance com video. Ela agarrava o Justin Timberlake e fazia o povo gritar com seus movimentos sexies, como se o Justin estivesse MESMO alí com ela.

E veio minha supresa. A música que valeu o show pra mim, pela performance, arranjo, roupagem e, finalmente, alguma interação entre as pessoas que estavam na platéia. "Like a Prayer" ganhou uma versão enlouquecidamente maravilhosa. Uma 'must have' no iPod. Meio rock, meio dance, meio eletrônica. Não consigo explicar. Com essa, eu finalmente suei. Para mim, um dos pontos altos do show.

Mas o climax do show não teve instrumentista. Assim como ela fez no Rio, pediu a um do fãs (o cara chamava Márcio e gritava tanto que conseguíamos ouví-lo pelo sistema de som) que escolhesse uma de duas músicas antigas para cantar. "Like a Virgin" foi cantada acapella, ao som das palmas e ela até errou a letra da música. Ela disse antes que precisava mesmo de ajuda porque esquecia as letras das músicas antigas. E o coro de fãs tomou conta do espetáculo.

No grand finale, "Give it 2 Me" fez o povo pular mais que Maimbê Dandá no Carnaval de Salvador. E ela, assim como entrou no palco, saiu.

11 comentários:

  1. Hehehe...
    Nem eu sendo um grande fã dela (como não sou de nenhum artista) fiquei entusiasmado.
    Mas pelo que li, os shows no Rio foram mais animados que o primeiro em SP.
    Hehehe
    Que bom q se divertiu e pagou pouco por isso.
    Abraço

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  2. eeeeeeeee

    q bom q vc se divertiu Menino q voa!!

    bjinhos

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  3. acho digno pagar pouco... por isso ke eu devo ir (com Vapes hehehe)...

    mas enfim, uma pena ke ela não saia tanto do "mecânico" do show dela como a Kylie fez e se mostre mais próxima do público...

    é madonna, né??

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  4. detalhe, depois fala comigo q já tenho o áudio completo das músicas q vc gostou, ahahhaha

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  5. a pior coisa que tem é quando sobem no palco pra dizer, não vamos cantar nossos classicos, apenas musicas do novo disco, estou pagando pelos classicos cacete...

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  6. Agora que eu fui, concordo com você em gênero, número e grau! Nossa, Like a Prayer e Ray of Light me tiraram do sério de tão bom!

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  7. UM FELIZ NATAL REPLETO DE AMOR E PAZ!
    BEIJO NO CORAÇÃO
    VINCENZO GONZAGA

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  8. Mas e ae, ela cantou o sussesso "inhaii Bunda suja" na turne no Brasil ou nao?
    =/

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  9. Fala, meu querido!! To vendo que valeu a pena o GPS, curtiu horrores o show, hahahaha! Pena que não nos encontramos no final dele!!

    Bom, passando por aqui pra te desejar um Feliz Natal e um super Ano Novo!!


    beijão!

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  10. Madonna mandou muito bem, mas essa não é nem de longe sua melhor turnê. Pelo menos, assistimos!

    Abração!

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