quinta-feira, 29 de maio de 2014

Espetacular, esse Homem-Aranha 2


"O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro" traz de volta Andrew Garfield na pele do herói mais chato e falastrão de todos os tempos: o tal aracnídeo de Nova York. E eu acabo comparando o danado ao Robin (DC Comics) por algumas características básicas: conflitos internos, necessidade de preencher todos os espaços vazios de uma conversa com a própria voz e, claro, as saídas e respostas categóricas enquanto espanca o vilão da vez. 

Mais uma vez eu peço calma. Eu não desgosto dele. Estou apenas apontando uma característica que esse moleque com super-poderes tem. E Garfield traz isso de uma forma divertida para as telas do cinema. Fora que, assim que começa, vc gruda na cadeira com as imagens aéreas do Aranha saltando feito louco pelos prédios de NY para, depois, pensar: "caraca!!! O videogame desse filme tem que ser muito bom!".

Obviamente, isso se deve à estética "videoguêimica" do filme. Saltos. Efeitos especiais. Uso e abuso (sem se tornar inconveniente) de câmeras lentas para as seqüências de luta, que permitem visualizar (FINALMENTE) a trabalhosa coreografia que atores e dublês precisam aprender para levar essas cenas até nossos olhos ávidos por ação. 

Mas "O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro" me conquistou por algo mais. As angústias adolescentes do primeiro grande amor, as decisões que precisam ser tomadas quando apenas duas décadas nos separam de nosso próprio nascimento e as dúvidas, aaaah as dúvidas que sempre permearão nossas mentes quer a adolescência tenha passado ou não. Está tudo ali, aberto, exposto, sangrando, chorando, sem escrúpulos ou vergonha de mostrar a lágrima que cai, o nariz que fica vermelho ou a voz que fica embargada. 

Também vemos que existe uma paixão por NY, um dos meus destinos preferidos no mundo. As veias e artérias da cidade, cheia de carros, pessoas, bueiros, letreiros, propagandas e, não sei como, perseguições de carro. Preciso rir. Sempre preciso rir com cenas de perseguição na Big Apple, por ser inverossímil. Seria como dirigir na Av. Paulista a 100km/h, as 18h de uma sexta-feira, fazendo uma comparação bem tosca. Mesmo assim, me encanto. 

Me encanto também pela força da heroína, Gwen. Pela sensibilidade do mocinho, Peter. Pela jovialidade e serenidade da "mãe" Tia May. Pela seriedade do Sr. Policial Stacy que, embora tenha deixado o mundo dos vivos no primeiro filme, executa um papel importante nos questionamentos do menino das teias.

Enfim, é um filme controverso que pode agradar muitos por várias razões. E por elas mesmas, desagrada outros tantos. 


No iPod: Song for Zula, de Phosphorecent - da trilha do filme. 
Na TV: acabei de ver a série The Nanny. Fiquei devendo de assistir aos dois últimos episódios e, com o a evento Netflix, resolvi ver tudo de novo. Vapes, obviamente, me acompanhou nós últimos episódios. 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Não sou Refinado. Sou contido.

Porra, como eu me sinto inadequado. Caralho, como é difícil ser eu mesmo, as vezes. Que saco. 

Queria deixar claro que eu não sou uma pessoa refinada. Eu sou apenas um cara contido. Eu sei como devo me portar em certos ambientes, mas nem sempre esse comportamento é fluido ou natural. É apenas contenção. 

Eu sou espaçoso. Eu falo alto e gesticulo. Ando arrastando os pés, quando estou de chinelo. Me jogo numa poltrona ou num sofá, como se fosse uma cadeira de praia. Eu gargalho estridentemente enquanto jogo minha cabeça para trás. 

Não é falta de educação ou de polimento. É apenas uma questão de comportamento. 

Ando tão encaixotado, limitado, preso por conta da minha própria profissão que, quando estou fora do meu personagem, preciso estravasar. 

É nesse momento que encontro olhares, palavras, comportamentos que simplesmente me reprovam. Logo a mim, absurdamente carente de aprovação por toda e qualquer pessoa que passe por minha vida. 

Nessas horas é que me pergunto se vale a pena ser social. Se vale a pena me cercar de tantas pessoas se, no final, o resultado será apenas igual: me decepcionar comigo mesmo.

Me olhar no espelho e me ver de uma forma que eu não gosto. Lembrar de palavras que disse e apenas não ser feliz com o resultado que elas provocaram. Sentir meu coração bater em tristeza por não corresponder à expectativas dos outros. 

Que merda.
Que saco. 
Que bosta. 

Agora é engolir seco mais uma vez. Desculpar-me novamente por ser quem sou e seguir. Como sempre fiz. Até que um dia eu mude. Ou siga tentando. 

domingo, 4 de maio de 2014

O Ninho é Meu e de Mais Ninguém


E se um dia, a gente acordar e ver que passamos a vida apenas agradadando aos outros? E se um dia, a gente se deparar com a ingratidão das mesmas pessoas as quais recebemos de braços abertos em nosso próprio seio familiar?

Tenho tanto medo de acordar velho. De acordar frustrado por não ter sido quem eu quisesse ou feito o que desejasse, só porque eu priorizei os outros e não a mim. 

Essas questões martelam diariamente em minha cabeça. Me consomem. Tiram minha paz interior e quase eliminam o sorriso que, costumeiramente, sai fácil dos meus lábios. 

Me vejo deitado e angustiado no colo de uma amiga, com um aperto no peito. Chorando como quem perdeu alguma coisa de muito valor. 

Me vejo andando sem destino pelas ruas, sem o afago do meu próprio lar. Suspirando pela falta de algo que jamais aconteceu. 

Não sei dizer o porque. Não entendo essa minha relutância em tomar as rédeas do meu espaço. Da minha casa e dizer "Chega! Não quero mais dividir meu ninho. Quero ficar sozinho!".

Tenho um medo gigante do que possa acontecer comigo no futuro. Essa lei do retorno. Karma. Ou sei lá qual nome o povo dá hoje em dia, para isso. Mas eu me enxergo mais velho, sem teto, sem amigos, porque eu fui (ou seria) o vilão de uma história que nem pedi que começasse. Vilão, sim, porque fui eu quem teria decidido que a casa não era mais o lar de outros. Mas, apenas meu. De mais ninguém. 

Minha razão, contudo, me compele a essa decisão. Hora de voar sozinho. Alçar minha independência. E absorver todo o aprendizado dessa situação toda. Amadurecer minhas asas para poder alcançar distâncias ainda maiores, sem correntes, sem amarras e sem prisões. 

Está na hora de bater asas.