O mundo se digitalizou, isso é fato. Segundo especialistas, essa digitalização aproximou as pessoas e, por isso, estamos mais e mais em contato com pessoas com as quais falávamos, no máximo, uma vez por semana, por telefone, na época em que chamadas interurbanas eram os olhos da cara.
Com a chegada dos smartphones, chegou também a portabilidade dos bate-papos virtuais. As pessoas não se ligam. As pessoas mandam mensagens. As pessoas não se falam, mandam SMS. As pessoas não marcam mais nada, ficam de se encontrar em algum lugar e, quando lá estão, mandam mensagens dando as coordenadas de como encontrá-las.
Eu, como todo bom adpeto de tecnologias, aderi aos smartphones. Tenho não apenas um, mas dois desses telefones que se transformam em seus melhores amigos, companheiros para toda as horas de alegria, tristeza, melancolia, euforia e outros tantos sentimentos que ainda, como humano, possuo.
Mas recentemente resolvi adotar outra política para minha vida. Pessoas reais tem preferência às virtuais. Se estou na mesa de um barzinho com um grupo de amigos e alguém me manda uma mensagem, eu vou responder. Mas eu respondo "agora não posso conversar, estou com amigos. Nos falamos mais tarde". No início, eu (que estava sempre disponível) até ouvi alguns comentários maldosos a esse respeito. Mas agora, tempos depois, os amigos já tem consciência de que não adianta chorar, espernear ou xingar: O Menino que Voa vai responder sua mensagem quando não estiver em momentos sociais.
Outra situação que percebi é que as pessoas não se ligam mais. Fazem tudo através dessas fatídicas mensagens. Marcam cinema, teatro, almoços, jantares e toda sorte de eventos sociais através de bate-papos que são, em sua maioria falhos. Cansei de presenciar crises geradas pela simples e costumeira "não entrega" das mensagens em tempo hábil. Dia desses, um amigo ia me buscar no aeroporto e se surpreendeu quando liguei pra ele já em casa. Depois de me perguntar onde eu estava, perguntou se não tinha recebido sua mensagem dizendo que me buscaria no aeroporto. Sabe quando eu recebi essa mensagem? Na mesa do restaurante, após tê-lo encontrado e já estar comendo. Ou seja, o serviço - ainda - é falho e não deve ser utilizado em casos de emergência.
Outra luta minha é: quer resposta rápida? LIGUE!
Pelo mesmo problema: SMS são falhos. Não são entregues. Não possuem emoção. Não possui carisma. São palavras jogadas ao vento que se perdem, se não são lidas. Se não são comentadas. Se você quer a presença de seu amigo na mesma mesa de restaurante que você, na mesma hora e dia que você está lá, ligue e chame-o. Criar eventos no Facebook até funciona para eventos distantes, mas uma chamada é mais prazerosa, mas pessoal, menos fria e faz com que a pessoa se sinta importante. Naquele momento, essa pessoa é a rainha de sua atenção, individida, individual, exclusiva e inteira.
Ligue! Comunique-se!